terça-feira, 27 de setembro de 2011

2010 - SERTÃO-MAR - com Marjorie Simões


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SERTÃO-MAR com Marjorie Simões
Performance para vídeo
4´20”




O trabalho é uma pesquisa sobre "extremos" sob a perspectiva das relações sensíveis, na proposição de ciclos. Que confluem e tendem a uma relação de construção e desconstrução, em direção ao "novo" que novamente é reprocessado.
“O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão” frase de Euclides da Cunha, em “Os Sertões”, discorre sobre a Guerra de Canudos, e é o ponto focal desse trabalho. Esta frase expressa pontos extremos, entre seco/molhado como uma metáfora de morte/vida (no ideário sobre a seca) e o desejo de Antônio Conselheiro em ver sua terra próspera e fecunda. Essa citação foi utilizada de forma a criar uma metáfora no vídeo proposto.
A ideia consistiu em mostrar a relação entre indivíduo, ambiente e sua relação de mudança, como metáfora de transformações internas do indivíduo. O trabalho consiste em um vídeo documental sobre uma performance realizada na Praia de Muriú (Ceará Mirim- RN).

Artur Souza, 2010






olho-câmera e fotografia
Marjorie Simões
edição
Artur Souza

2009 - De partir e ficar - Exposição Mobilidade - Museu FBAUP, Porto, PT.









DE PARTIR E FICAR
papel, impressão serigráfica, linha
aprox. 200 x 70 x 100cm

Quais os caminhos que um imigrante pode percorrer? A cidade do Porto com seus mapas tentam nortear o visitante que aqui chega ao encontro de sua arquitetura e seu patrimônio artístico e cultural. Cada mapa parece tentar apresentar todos os valores historicamente construídos. História de resistência e lutas para além mar. O pardal, ave abundante no Brasil, tenta se nortear por estes caminhos e tenta encontrar refúgio em uma terra onde os habitantes detem parte de sua história e de seus laços de sangue. Criando assim uma história comum entre a sua terra e Portugal.

O trabalho proposto trata-se de serigrafia e linha de crochê sobre papel. O processo de produção gráfica serigráfica cria uma imagem plana a superfície do papel. Na tentativa de subverter a planaridade da serigrafia com a colagem de matéria confere a gravura um relevo sugerindo caminhos e, além disso, uma instalação. Os caminhos que nortearão o retorno a sua terra e a possibilidade de retorno a esta. Voar e deixar os fios que fará voltar a pousar sobre solo lusitano.

Artur Souza, 2009




2008-2009 Fragmentos de Sonora Gravuras em Metal - FBAUP/Porto-PT

MANGUE 1
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm



MANGUE 2
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm


CIDADE-MANGUE PARTIDA
linóleo, água tinta, água forte, chine-collé, carimbos,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm



MÁQUINA 1
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm






MÁQUINA 2
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm


ORGANIZANDO PARA DESORGANIZAR 1
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm



ORGANIZANDO PARA DESORGANIZAR 2
água tinta, água forte, chine-collé,
tintas Charbonnel e Arttools sobre papel 
Velin Johannot 340g/m²
67x50cm





“cadê as notas que estavam aqui?
Não preciso delas
Basta deixar soando bem aos ouvidos”
Chico Science

A planície costeira onde a cidade de Recife foi fundada é cortada por seis rios. Após a  expulsão dos holandeses no século XVII a (ex)cidade “maurícia” passou a crescer desordenadamente  às custas do aterramento indiscriminado e desordenado dos seus mangues. Em contrapartida, o desvairio irresistível de uma única noção de progresso, que levou a cidade ao ponto de “metrópole” do nordeste não tardou a revelar sua fragilidade. Bastam pequenas mudanças nos “ventos” da história para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem, no início dos anos 60. Nos últimos trinta anos a síndrome da estagnação aliada a permanencia do mito de “metrópole”, só tem elevado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano. O Recife detém hoje o maior índice de desemprego do país, Mais da metade dos seus habitantes moram em favelas e alagados. É hoje a quarta pior cidade do mundo para se viver  (SCIENCE, Chico ... e Nação Zumbi: Da Lama ao Caos (encarte). Recife: Caos Record: 1994: digital, estéreo [grifo meu]).

Natal caminha para um quadro semelhante. O capital estrangeiro aliado a falta de políticas públicas comprometidas, aportadas por uma visão de evolução baseada no “mascaramento” dos problemas sociais e ambientais, parece guiá-la engatinhar para a “metrópole”. Uma cidade que importa-se com o turismo e com as divisas que esta prática traz a cidade. Esquecendo-se dos valores socio-ambientais e se afastando-se da história e de sua cultura. Fagocitando todas as influências extrangeiras e negando sua cultura e suas manifestações folclóricas. A cidade se esparrama pelo solo e cobre com seu tecido cinza e poluidor em uma velocidade assustadora sem se importar com o que encobre pelo caminho, sem observar como isto ocorre e suas consequências.

Os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. Estima-se que duas mil espécies de microorganismos e animais vertebrados e invertebrados estejam associados a vegetação do mangue. Os estuários fornecem áreas de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Pelo menos oitenta espécies, comercialmente importantes dependem dos alagadiços costeiros. Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha.

Ouvir o som e transformá-lo em forma. Ver a forma e tentar transformá-la em som. Sinestesia. As gravuras apresentadas são de uma série produzidas na Faculdade de Belas Artes do Porto, na disciplina Obra Gráfica, sob a orientação da professora Graciele Machado e do Técnico Avelino Guedes. Trata-se de experimentos e imagens únicas com a associação de matrizes. Água forte, água tinta, relevo seco, serigrafia, carimbos, chiné-colle, fotogravura. Unindo técnicas e tentando subverter o caráter de multiplicidade pelo anulamento de registros, ou simplesmente pela não utilização. As imagens criadas recorrem a sobreposição de impressões e de cores como fim a criação de composições mais “estáveis”. O processo de confecção das matrizes por fotogravura com fotocópias é um processo que versa sobre a anulação de parte da imagem e como, de certa forma, houve quase a total transferência imagética, o processo parece ter se encarregado da degradação da imagem com a retirada de matéria do papel. A tentativa de apagar ou de driblar o acidente parece não muito eficaz, conferindo a imagem um caráter de “único”.

As imagens construídas remetem a dicotomia entre o artificial e o natural. O mangue e seus habitantes decápodes, a flora vegetal e sua fragmentação. E a construção arquitetônica, a fuga animal e a coleta sonora. A transformação das estruturas de lama em estruturas de concreto armado. A coleta da imagem e a máquina transformadora em sons. Sons que trazem do mangue seu ritmo e significância a dureza cinza da cidade. O processo de confecção das matrizes pode revelar-se artificial pela utilização de substâncias químicas e materiais industrializados (placas de alumínio), o que confere ao trabalho uma nova questão sobre o que é realmente natural e o que é artificial. Mas o que importa, realmente, neste momento, é a construção da imagem enquanto poética pessoal e experiência produtiva gráfica, na construção de um discurso visual afim ao caráter das estéticas sinestésicas do manguebeat, alinhando o trabalho ao carácter musical-experimental que John Cage propõe em sua produção, mas de forma inversa com a audição de músicas e posterior criação de imagens. Que o mangue permaneça vivo e que se possa coexistir com sua estrutura frágil de lama e que a cidade com sua dureza-cinza ache novas formas e políticas alinhadas ao desenvolvimento socio-ambiental. 


Artur Souza, 2009

2009 - Fragmentos de DITA ET AMBULA - XIII ENEARTE - SALVADOR, BA




FRAGMENTO DE DITA EM AMBULA
ovos, linha, fotocópias de atestado de morte,
fita crepe, café, tínta acrílica
aprox. 220x 200 x 300cm

Mostra Artística do XIII ENEARTE 2009

O indivíduo do presente é formado pela relação de sua memória e de suas experiências anteriores. É neste contexto, de criar uma linha, linha temporal estendida pelo espaço, desde seu nascimento até sua provável morte, que a identidade individual é construída, como linha temporal de um simulacro com prazos.

A instalação proposta para o XIII Encontro Nacional dos Estudantes de Arte é um desdobramento da exposição realizada em 2007, na Galeria Conviv´Art, em Natal, sobre pesquisa de métodos contemporâneos de reprodução gráfica (gravura), com experimento de materiais alternativos, da desconstrução da formalidade da gravura e das formas expositivas tradicionais. Neste contexto a inserção de objetos e elementos que resignificam o impresso e da tentativa de insubordinar a bidimensionalidade da gravura a uma relação espaço-temporal.

Para a instalação foram utilizadas 60 fotocópias de atestados de óbito com impressões de estêncil sobre papel com tinta acrílica preta. Ligadas a 60 ovos de galinha por linhas de crochê. As fotocópias foram presas a parede com fita crepe kraft e os fios grudados com cola quente até a extremidade do ovo, que estavam preso com cola quente sobre o chão. A instalação ocupou uma área de 2,00 x 3,00 metros no chão e uma área de 3,00 metros de largura em uma parede.

Artur Souza, 2008







2009 - Cortinas de Dona Odete - 08 de MAIO - Capitania das Artes - Natal/RN





2008 - FIAT LUX


2008 - RUÍDO 2: URBANUS


RUÍDO 2: URBANUS
Infogravura
Dimensões variáveis

A música escrita pelo compositor, para ser percebida pelo ouvinte, necessita de um intermediário, ou melhor, de um intérprete. Logo uma partitura não é música. Então o que é? Um conjunto de elementos gráficos (linhas e pontos), que apresentam um ritmo visual. Mas nem tudo o que se “desenha” enquanto “música” é executável. Este trabalho é um exemplo disto. Partindo da formação e colocação aleatória de notas e valores estabelecer uma progressão numérica das notas com o propósito da não-execução obtendo um registro formal desta experiência e posterior execução deste conc(s)erto para computador, mostrando as limitações deste meio enquanto formador imagético e sonoro. Estabelecendo uma ponte entre a música, as artes visuais e a tecnologia, a contemplação visual e a percepção auditiva. As peças são fruto do experimento com o software Encore 32 pelo preenchimento dos espaços vazios. E a discussão das interfaces entre os sons (mal-executados) e o crescimento urbano.

Artur Souza, 2008

2008 - RUÍDO 3: RINHA



RUÍDO 2: RINHA
Animação

2008 - MADON(N)AS - Prêmio Aquisição II Salão Abraham Palatnik

MADON(N)AS
infogravuras
42 x 120 cm

As mídias contemporâneas apresentam suas musas e seu mercado, arrebanha uma massa e torna os “ídolos” verdadeiros “deuses” pop. Madona, musa libertária sexual, “de gênero”; Marilyn a rainha pop, de Andy Warhol. Musas Neoliberais, do consumo e do “fast-food” do sucesso. “LIKE A VIRGIN” (Madonna). Unindo as imagens das madonas de Duccio di Buoninsegna (1260-1318), pintor do Período Bizantino (Medieval), Madonna e Marilyn Monroe, modificando digitalmente proponho a “psicodelização” da fé por uma fé mais atraente.

Neste trabalho pretendo discutir o papel da fé nesta cultura pop, partindo da apropriação de imagens de meio virtual (Internet) de madonas de Buoninsegna, criando uma assemblage de pixels em meio digital, “psicodelizando” e fundindo com as imagens de Marilyn Monroe e Madonna. O trabalho é composto por 4 (quatro) imagens impressas sobre adesivo e afixadas sobre placas de PVC, totalizando 42x120cm.  

Artur Souza, 2008

2008 - LAGO PROFUNDO





LAGO PROFUNDO
performance para vídeo
aprox.. 7 min.

A atitude escarnecedora sobre esta arte (pós-moderna) pode revelar um indivíduo “insensível” e despreocupado, e gera nos artistas uma volta ao seu propósito primeiro na criação da “obra de arte” -suas intenções-, bem como os valores empregados e convicções sobre o que realmente está produzindo. Levando-o a reflexão.
O riso é revelador e questionador. Música intermitente de ritmo e melodia variável. Contagiante ou constrangedora. Aceptora de canais de significância, de crítica e de mero deleite sensorial.
A performance para o vídeo intitulada LAGO PROFUNDO (aprox. 7min.) tem o propósito de questionar e provocar a artistas e espectadores, partindo da ação de rir como elemento de reflexão.

Artur Souza, 2008




câmera e fotografia
Vinicius Dantas
Daniela Catão
edição e reedição
Vinicius Dantas
Artur Souza


2008 - Ruído 1 (8 de MAIO)





RUÍDO 1
placas de compensado, lambe-lambe,
folhas de papel branco e cordas
240 X 360cm 

Certo dia estava passando pelos acessos da Universidade quando vi um pequeno bloco (de lambes superpostos), arrancados da parede e pendurados. Não hesitei. Arranquei. Isso ficou por algum tempo encostado quando surgiu a idéia de molhar e retirar camada a camada. Neste mesmo período conheci alguns trabalhos de Matisse com a técnica do papier découpé e "criei" a técnica chamada papier collé (des)collé (re)collé com os lambe-lambes. No processo de construção do trabalho vi que visualmente a superposição de pedaços criava, visualmente, o efeito da propagação sonora, unindo os pontos da minha pesquisa, entre o musicalismo e a arte de rua. Barulho. Os olhos tentam ler. E a reprodução fonética das letras geram um som confuso e intenso. Mas era necessário criar um contraponto com todo esse barulho. Poluído. Silencioso. Muita informação. Nenhuma informação. A construção da dualidade maniqueísta, a necessidade do silêncio. O trabalho deveria ser colado sobre uma parede, mas para a instalação no Centro de Convivência, achei mais prudente colar sobre compensado e instalar pendurado na estrutura de concreto aparente. O Centro de Convivência, cinza devido a sua estrutura, ganhou temporariamente cor e som, em um espaço silencioso e pouco poluído.

Artur Souza, 2008

2008 - PANIS ET CIRCENSIS: há ilusão além da janela (Salão Abraham Palatnik)




PANIS ET CIRCENSIS: HÁ ILUSÃO ALÉM DA JANELA
Sacos de papel, tinta acrílica, estênceis, cortina de PVC
170x137cm

         


Trabalho em stencil-art-acrílica sobre acrílica sobre cortina de PVC. Este trabalho deveria ser instalado sobre uma das janelas da Pinacoteca, mas por falhas, de anexação do conceito ao trabalho, acabou por ser fixado em uma das paredes da galeria. É um trabalho, que segue a linha crítica da exposição individual e tem uma poética que versa sobre a identidade, e os processos de alienação, onde o indivíduo está sujeito na contemporaneidade ao processo de desreferencialização do real e a personalização do consumo, como forma de arrebanhamento, por parte da comunicação de massa e perda de sua força política. Ao observar através da janela, vería-se a Prefeitura do Natal, a Câmara dos Deputados e um Fórum.


Artur Souza, 2008

2007 - Gravuras









2007 - DITA ET AMBULA - exposição individual

Vista da Exposição

Vista da Exposição 


 Vista da Exposição

 Performance na Abertura da Exposição

HABITAT
(aninhadores de pássaros, instalação elétrica, lâmpadas, fios encerados, ovos, estampas de tinta acrílica sobre aninhadores, tela de peneira)
aprox. 2,10 x 1,20x 1,20m 


DEGENERAÇÃO
(folhas de lista telefônica, impressões de estêncil, tinta PVA sobre compensado)
1,10 x 4,00m 

 MORTIS
(300 fotocópias de atestados de óbito, café, estampas de estêncil e fita crepe marrom)
3,00 X 6,10m


 MORTIS (detalhe)

VITAE
(fotocópias de atestados de nascimento, tinta acrílica e estampas de pássaros-estêncil- sobre compensado)
2,00 x 3,60m



Vídeo sobre a exposição (Carolina Medeiros)

Fotografias: Enedina Souza, Diego Medeiros, Nayara Costa, Kelton Wanderley e Artur Souza.




As políticas de acesso, a nível local, dos espaços expositivos passam por editais. Um aluno do curso de Artes Visuais que pretende lançar-se a uma carreira artística tem como alternativas seguir essa política na criação de um espaço próprio, enquanto meio de produção e de grande visualização, ou criar um espaço alternativo e de divulgação própria. Tornando o artista não só um produtor de trabalhos artísticos, mas alguém comprometido com a divulgação e a logística de seu trabalho, na criação de um mercado consumidor e apreciador de seu trabalho. Neste contexto é que esteve envolvida a exposição, realizada em um espaço público, a Galeria Conviv´art (Centro de Convivência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), exposição realizada após seleção em edital para exposições em 2007.

A exposição surgiu de conversas de família sobre o período da Ditadura Militar no Brasil. Com a criação de imagens recorrentes ao período e a tentativa de imergir nesse contexto partindo das músicas tropicalistas. E como resultado desta pesquisa surgiram quatro trabalhos que compuseram a instalação da exposição. Um dos trabalhos esta posto com a apropriação de outra instalação: uma cópia de um atestado de óbito, trabalho realizado, em 2003, por Alex, na Pinacoteca do Estado, que sugeria o preenchimento dos campos do atestado com dados de alguém ou de alguma coisa. Foram realizadas 400 cópias desse atestado e envelhecidos a café com a aplicação de uma estampa que é um trabalho de investigação sobre a diluição de tinta e as manchas causadas no suporte (o papel) e sobre técnicas de falsários de como falsificar documentos tornando-os velhos. Pretendeu-se com isso gerar um envelhecimento precoce desse papel, remetendo ao tempo e a estampa (feita a partir de estêncil) a um rosto comum que sofre deformações (que poderiam sugerir agressões a imagem), a este trabalho foi dada a denominação de MORTIS, sugerida pelo suporte. Do lado contrário em outra parede (de frente) foi feito um tríptico com três chapas de compensado totalizando 3,30 x 2,20m onde foram coladas cópias de atestados de nascimento. Sobre este foi feito uma pintura de um enorme coração-árvore onde pássaros voam criando uma atmosfera de suspense. Estes painéis foram finalizados na abertura da exposição com a presença dos convidados. Este painel foi denominado VITAE. Morte e vida. Além desses dois trabalhos foram feitos mais dois HABITAT e DEGENERATIO. HABITAT é uma série de 16 aninhadores (casinhas) de passarinhos, pintados de branco por fora e de verde por dentro (sendo apenas um de vermelho), na instalação foi feito um circuito elétrico que liga a cada casinha uma lâmpada, ligados a essa casinha há uma série de ovos com um fio que o liga a seu respectivo lugar nas casas estão escritos os hipônimos de HABITAT, sugerindo que há um lugar para cada ovo, ou ligando um lugar (o ovo) a outro (a casa), representado não só pela casinha mas pela palavra escrita, ainda com a presença dos pássaros que foram feitos no painel VITAE. O painel DEGENERATIO foi feito sobre duas chapas de compensado totalizado 1,10x 4,40m, as imagens deste são as mesmas apresentadas no MORTIS, com o mesmo estêncil, foram feitas projeções de luz sobre os painéis e estes foram pintados e colados com folhas de listas telefônicas. O caráter expressionista abstrato da pintura remete a um ritmo, a um envolvimento e a velocidade. As imagens estão em positivo e em negativo.

Opor vida e morte, na exposição, é gerar uma relação espaço-temporal onde o espectador é convidado a estar espacialmente em uma relação temporal. Fazer o expectador refletir sobre este espaço de tempo e, talvez, entre a sua própria vida e morte. O texto da exposição, que surge como fio condutor (não explicitante do trabalho) sugere uma linha reflexiva, perguntas para uma leitura dirigida, mas sem amarrar a interpretação. O texto da exposição sugere uma inquietação e tenta gerar no expectador o questionamento sobre sua identidade perante o que é posto, a criação de limites. O DEGENERATIO tenta sugerir um ciclo, passagens entre estados, continuação.

Artur Souza, 2007






fotografia
Enedina Souza.
Kelton Wanderley,
Nayara Costa,
Diego Medeiros.