Vista da Exposição
Vista da Exposição
Vista da Exposição
Performance na Abertura da Exposição
HABITAT
(aninhadores de pássaros, instalação elétrica, lâmpadas, fios encerados, ovos, estampas de tinta acrílica sobre aninhadores, tela de peneira)
aprox. 2,10 x 1,20x 1,20m
DEGENERAÇÃO
(folhas de lista telefônica, impressões de estêncil, tinta PVA sobre compensado)
1,10 x 4,00m
MORTIS
(300 fotocópias de atestados de óbito, café, estampas de estêncil e fita crepe marrom)
3,00 X 6,10m
3,00 X 6,10m
MORTIS (detalhe)
VITAE
(fotocópias de atestados de nascimento, tinta acrílica e estampas de pássaros-estêncil- sobre compensado)
2,00 x 3,60m
Vídeo sobre a exposição (Carolina Medeiros)
Fotografias: Enedina Souza, Diego Medeiros, Nayara Costa, Kelton Wanderley e Artur Souza.
As políticas de acesso, a nível local, dos espaços expositivos passam
por editais. Um aluno do curso de Artes Visuais que pretende lançar-se a uma
carreira artística tem como alternativas seguir essa política na criação de um
espaço próprio, enquanto meio de produção e de grande visualização, ou criar um
espaço alternativo e de divulgação própria. Tornando o artista não só um
produtor de trabalhos artísticos, mas alguém comprometido com a divulgação e a
logística de seu trabalho, na criação de um mercado consumidor e apreciador de
seu trabalho. Neste contexto é que esteve envolvida a exposição, realizada em
um espaço público, a Galeria Conviv´art (Centro de Convivência da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte), exposição realizada após seleção em edital
para exposições em 2007.
A exposição surgiu de conversas de família sobre o período da Ditadura
Militar no Brasil. Com a criação de imagens recorrentes ao período e a
tentativa de imergir nesse contexto partindo das músicas tropicalistas. E como
resultado desta pesquisa surgiram quatro trabalhos que compuseram a instalação
da exposição. Um dos trabalhos esta posto com a apropriação de outra
instalação: uma cópia de um atestado de óbito, trabalho realizado, em 2003, por
Alex, na Pinacoteca do Estado, que sugeria o preenchimento dos campos do
atestado com dados de alguém ou de alguma coisa. Foram realizadas 400 cópias
desse atestado e envelhecidos a café com a aplicação de uma estampa que é um
trabalho de investigação sobre a diluição de tinta e as manchas causadas no
suporte (o papel) e sobre técnicas de falsários de como falsificar documentos
tornando-os velhos. Pretendeu-se com isso gerar um envelhecimento precoce desse
papel, remetendo ao tempo e a estampa (feita a partir de estêncil) a um rosto
comum que sofre deformações (que poderiam sugerir agressões a imagem), a este
trabalho foi dada a denominação de MORTIS, sugerida pelo suporte. Do lado
contrário em outra parede (de frente) foi feito um tríptico com três chapas de
compensado totalizando 3,30 x 2,20m onde foram coladas cópias de atestados de
nascimento. Sobre este foi feito uma pintura de um enorme coração-árvore onde
pássaros voam criando uma atmosfera de suspense. Estes painéis foram
finalizados na abertura da exposição com a presença dos convidados. Este painel
foi denominado VITAE. Morte e vida. Além desses dois trabalhos foram feitos
mais dois HABITAT e DEGENERATIO. HABITAT é uma série de 16 aninhadores
(casinhas) de passarinhos, pintados de branco por fora e de verde por dentro
(sendo apenas um de vermelho), na instalação foi feito um circuito elétrico que
liga a cada casinha uma lâmpada, ligados a essa casinha há uma série de ovos
com um fio que o liga a seu respectivo lugar nas casas estão escritos os
hipônimos de HABITAT, sugerindo que há um lugar para cada ovo, ou ligando um
lugar (o ovo) a outro (a casa), representado não só pela casinha mas pela
palavra escrita, ainda com a presença dos pássaros que foram feitos no painel
VITAE. O painel DEGENERATIO foi feito sobre duas chapas de compensado
totalizado 1,10x 4,40m, as imagens deste são as mesmas apresentadas no MORTIS,
com o mesmo estêncil, foram feitas projeções de luz sobre os painéis e estes
foram pintados e colados com folhas de listas telefônicas. O caráter expressionista
abstrato da pintura remete a um ritmo, a um envolvimento e a velocidade. As
imagens estão em positivo e em negativo.
Opor vida e morte, na exposição, é gerar uma relação espaço-temporal
onde o espectador é convidado a estar espacialmente em uma relação temporal.
Fazer o expectador refletir sobre este espaço de tempo e, talvez, entre a sua
própria vida e morte. O texto da exposição, que surge como fio condutor (não
explicitante do trabalho) sugere uma linha reflexiva, perguntas para uma leitura
dirigida, mas sem amarrar a interpretação. O texto da exposição sugere uma
inquietação e tenta gerar no expectador o questionamento sobre sua identidade
perante o que é posto, a criação de limites. O DEGENERATIO tenta sugerir um
ciclo, passagens entre estados, continuação.
Artur
Souza, 2007
fotografia
Enedina Souza.
Kelton Wanderley,
Nayara Costa,
Diego Medeiros.
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