terça-feira, 27 de setembro de 2011

2007 - DITA ET AMBULA - exposição individual

Vista da Exposição

Vista da Exposição 


 Vista da Exposição

 Performance na Abertura da Exposição

HABITAT
(aninhadores de pássaros, instalação elétrica, lâmpadas, fios encerados, ovos, estampas de tinta acrílica sobre aninhadores, tela de peneira)
aprox. 2,10 x 1,20x 1,20m 


DEGENERAÇÃO
(folhas de lista telefônica, impressões de estêncil, tinta PVA sobre compensado)
1,10 x 4,00m 

 MORTIS
(300 fotocópias de atestados de óbito, café, estampas de estêncil e fita crepe marrom)
3,00 X 6,10m


 MORTIS (detalhe)

VITAE
(fotocópias de atestados de nascimento, tinta acrílica e estampas de pássaros-estêncil- sobre compensado)
2,00 x 3,60m



Vídeo sobre a exposição (Carolina Medeiros)

Fotografias: Enedina Souza, Diego Medeiros, Nayara Costa, Kelton Wanderley e Artur Souza.




As políticas de acesso, a nível local, dos espaços expositivos passam por editais. Um aluno do curso de Artes Visuais que pretende lançar-se a uma carreira artística tem como alternativas seguir essa política na criação de um espaço próprio, enquanto meio de produção e de grande visualização, ou criar um espaço alternativo e de divulgação própria. Tornando o artista não só um produtor de trabalhos artísticos, mas alguém comprometido com a divulgação e a logística de seu trabalho, na criação de um mercado consumidor e apreciador de seu trabalho. Neste contexto é que esteve envolvida a exposição, realizada em um espaço público, a Galeria Conviv´art (Centro de Convivência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), exposição realizada após seleção em edital para exposições em 2007.

A exposição surgiu de conversas de família sobre o período da Ditadura Militar no Brasil. Com a criação de imagens recorrentes ao período e a tentativa de imergir nesse contexto partindo das músicas tropicalistas. E como resultado desta pesquisa surgiram quatro trabalhos que compuseram a instalação da exposição. Um dos trabalhos esta posto com a apropriação de outra instalação: uma cópia de um atestado de óbito, trabalho realizado, em 2003, por Alex, na Pinacoteca do Estado, que sugeria o preenchimento dos campos do atestado com dados de alguém ou de alguma coisa. Foram realizadas 400 cópias desse atestado e envelhecidos a café com a aplicação de uma estampa que é um trabalho de investigação sobre a diluição de tinta e as manchas causadas no suporte (o papel) e sobre técnicas de falsários de como falsificar documentos tornando-os velhos. Pretendeu-se com isso gerar um envelhecimento precoce desse papel, remetendo ao tempo e a estampa (feita a partir de estêncil) a um rosto comum que sofre deformações (que poderiam sugerir agressões a imagem), a este trabalho foi dada a denominação de MORTIS, sugerida pelo suporte. Do lado contrário em outra parede (de frente) foi feito um tríptico com três chapas de compensado totalizando 3,30 x 2,20m onde foram coladas cópias de atestados de nascimento. Sobre este foi feito uma pintura de um enorme coração-árvore onde pássaros voam criando uma atmosfera de suspense. Estes painéis foram finalizados na abertura da exposição com a presença dos convidados. Este painel foi denominado VITAE. Morte e vida. Além desses dois trabalhos foram feitos mais dois HABITAT e DEGENERATIO. HABITAT é uma série de 16 aninhadores (casinhas) de passarinhos, pintados de branco por fora e de verde por dentro (sendo apenas um de vermelho), na instalação foi feito um circuito elétrico que liga a cada casinha uma lâmpada, ligados a essa casinha há uma série de ovos com um fio que o liga a seu respectivo lugar nas casas estão escritos os hipônimos de HABITAT, sugerindo que há um lugar para cada ovo, ou ligando um lugar (o ovo) a outro (a casa), representado não só pela casinha mas pela palavra escrita, ainda com a presença dos pássaros que foram feitos no painel VITAE. O painel DEGENERATIO foi feito sobre duas chapas de compensado totalizado 1,10x 4,40m, as imagens deste são as mesmas apresentadas no MORTIS, com o mesmo estêncil, foram feitas projeções de luz sobre os painéis e estes foram pintados e colados com folhas de listas telefônicas. O caráter expressionista abstrato da pintura remete a um ritmo, a um envolvimento e a velocidade. As imagens estão em positivo e em negativo.

Opor vida e morte, na exposição, é gerar uma relação espaço-temporal onde o espectador é convidado a estar espacialmente em uma relação temporal. Fazer o expectador refletir sobre este espaço de tempo e, talvez, entre a sua própria vida e morte. O texto da exposição, que surge como fio condutor (não explicitante do trabalho) sugere uma linha reflexiva, perguntas para uma leitura dirigida, mas sem amarrar a interpretação. O texto da exposição sugere uma inquietação e tenta gerar no expectador o questionamento sobre sua identidade perante o que é posto, a criação de limites. O DEGENERATIO tenta sugerir um ciclo, passagens entre estados, continuação.

Artur Souza, 2007






fotografia
Enedina Souza.
Kelton Wanderley,
Nayara Costa,
Diego Medeiros.

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