RUÍDO 1
placas de compensado, lambe-lambe,
folhas de papel branco e cordas
240 X 360cm
Certo dia estava passando pelos acessos da
Universidade quando vi um pequeno bloco (de lambes superpostos), arrancados da
parede e pendurados. Não hesitei. Arranquei. Isso ficou por algum tempo
encostado quando surgiu a idéia de molhar e retirar camada a camada. Neste
mesmo período conheci alguns trabalhos de Matisse com a técnica do papier
découpé e "criei" a técnica chamada papier collé (des)collé (re)collé
com os lambe-lambes. No processo de construção do trabalho vi que visualmente a
superposição de pedaços criava, visualmente, o efeito da propagação sonora,
unindo os pontos da minha pesquisa, entre o musicalismo e a arte de rua.
Barulho. Os olhos tentam ler. E a reprodução fonética das letras geram um som
confuso e intenso. Mas era necessário criar um contraponto com todo esse
barulho. Poluído. Silencioso. Muita informação. Nenhuma informação. A construção
da dualidade maniqueísta, a necessidade do silêncio. O trabalho deveria ser
colado sobre uma parede, mas para a instalação no Centro de Convivência, achei
mais prudente colar sobre compensado e instalar pendurado na estrutura de
concreto aparente. O Centro de Convivência, cinza devido a sua estrutura,
ganhou temporariamente cor e som, em um espaço silencioso e pouco poluído.
Artur Souza, 2008
Grande Artur! Gostei de ver! Sobre o Ruído, há um romance, de cujo autor não me lembro o nome, chamado Ruído Branco... Veio-me à mente quando vi seu blog tão bakana! abração e parabéns.
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